O QUE É SER HYPE?

Nos dias atuais foi criado um novo estilo de se comportar e principalmente de se vestir tendo como referencia: celebridades que seguem e constroem a linha, e as famosas marcas de luxo que fabricam as peças, sendo por exemplo: Supreme, Drop Dead, Off-White, Louis Vuitton, Fendi, Versace A Bathing Ape, Asthetic Revolution ASRV, Fear of God, Palace Skateboards, Stay Cold Apparel, Anti Social Social Club, Nike, Adidas, Gucci e entre outras. Muitas das celebridades utilizam das peças de roupa ou ate mesmo mandam fabricar algumas customizadas com suas ideias, o que faz o preço ser mais elevado ainda.

Trata-se da moda de rua streetwear. Quem está inserido nesse segmento diz ser do movimento hype, um dos muitos termos em inglês usados pela turma. “É o lance da raridade, por isso as peças são caras. Você calçar um tênis que quando vai para rua não vai encontrar ninguém usando igual”, explica a estudante de publicidade Larissa Kora, 21, considerada a paulistana mais hypebae da área, em sua entrevista para a Veja São Paulo ( https://vejasp.abril.com.br/consumo/movimento-hype-outfit-roupas-caras/ ).

Esse novo movimento é muito conhecido nos Estados Unidos devido a grande cultura de rap respeitada no país, chegando ate a ser ‘’defendida’’ por atletas de alto nível como jogadores de futebol americano e de basquete. Neste ramo, Lebron James, um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos, demostra em suas redes sociais diariamente, seus inúmeros tênis diferenciados que se encaixa na cultura hype. Odell Beckham Jr, jogador do NY Giants, consagrado nesta temporada de 2018 o wide receiver mais bem pago da liga de futebol americano (NFL) e com outros inúmeros recordes na sua carreira, também é uma forte celebridade que sempre está exibindo seus looks diferenciados e ousados, com valores abusadamente altos nas suas redes sociais.

Aqui no Brasil a cultura também está sendo reconhecida e em pleno crescimento a cada ano que se passa. No Youtube, tem uma dupla de amigos que criou um canal chamado ‘’Hyped Content Brasil’’ aonde se mostra vários desses itens com preços abusivos e também o outfit completo de algumas celebridades ou pessoas comuns que aderiram ao movimento. Segue a entrevista feita pela Veja São Paulo com o fundador do canal, Felipe Escudeiro:

Felipe Escudeiro, 27 anos, advogado e fundador do Hyped Content Br (@fellipeescudero e @hypedcontentbr)

“Aos 15 anos de idade, eu me viciei em tênis por conta do meu pai que também gosta, ando de skate desde os 10 e amo hip-hop. Gosto de tudo relacionado ao streetwear. Entrei de vez no segmento há dois anos depois que vi a cena hype explodir na Europa e nos Estados Unidos. Passei a acompanhar tudo pela internet e vi que daria para fazer uma grana com isso, comprando os itens raros e vendendo bem mais caro por aqui. Caí de cabeça nisso e me apaixonei quando conquistei o Air Force 1, primeiro tênis lançado pelo cantor Travis Scott. Fiquei quarenta horas na fila em uma loja no Rio de Janeiro. Paguei 600 reais e hoje ele vale 2 000 reais porque só saíram 48 pares no país todo. Esse eu não revendi. Me tornei um grande admirador de design, sobretudo do Virgil Abloh, fundador da marca Off-White.

Eu tenho 25 tênis e entre eles oito são exclusivos. O que eu mais gosto é o Converse Off-White, o mais raro que saiu no país. Peguei três dele. Deu um total de 4450 reais. Eu faço revenda, busco lucro de 50 a 60% em cima, mas não mexo como se fosse um empreendedor, faço mais para bancar meu hobby. Também tenho nove roupas raras, que dão uns 12000 reais, além de doze relógios – o que mais gosto é de um Corum de 28000 reais.

Beira a ostentação, mas é mais o orgulho de ter conseguido aquela peça rara do que o valor dela em si. Como a gente trabalha com isso, todo mundo sabe mais ou menos o valor que custa. Existe uma bolsa de valores dos tênis na internet, Stock Ex, é nisso que me baseio para fazer as revendas. O item pode estar valendo 1000 dólares hoje e amanhã, 900 dólares, e depois de amanhã 1 200, depende de qual artista o usou naquele momento. O meu negócio é ter acesso. Compro esse tênis, que acho maravilhoso, aí chego em casa e agora eu posso vender. Já não ligo mais.”

 

CURIOSIDADE:

Glossário do movimento “hype”:

Hypebeast = homem que se veste com itens raros e exclusivos da moda streetwear;

Hypebae = mulheres que se vestem com itens raros e exclusivas da moda urbana;

Retail = preço pago de acordo com o sugerido pela loja;

Resale = preço pago de revenda, e pode ser até quatro vezes mais caro que o valor de retail;

Cop = a pessoa compraria o tênis;

Drop = a pessoa não compraria o exemplar (drop também pode significar lançamento de um modelo);

Resellers = pessoas comuns que fazem estoques de tênis raros e acompanham a bolsa de valores dos itens para vender em determinado período;

Quicksale = venda rápida de algum item.

 

 

 

 

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